Santander Brasil - Resultados no 2ª trimestre de 2016
Forte resultado com menor qualidade de ativos
28.07.2016
O Santander Brasil divulgou resultado positivo para o 2T16 impulsionado pela margem financeira líquida (NIM) e pela receita de serviços. O lucro líquido alcançou R$ 1.806 milhões, 6,3% acima das nossas expectativas e 8% acima do consenso, beneficiado pela NIM maior que a esperada (+0,14 p.p. A/E).
Os destaques positivos do resultado foram:
(i) a resiliência da receita financeira (NII) (+2,8% t/t) liderada pela já mencionada NIM mais forte;
(ii) o crescimento da receita de serviços (+7,7% t/t);
(iii) a queda de 9bps na inadimplência acima dos 90 dias (NPL90) e (iv) o controle de custos com despesas não financeiras crescendo somente 1,1% a/a.
Pelo lado negativo, apontamos:
(i) o aumento de 7 bps na taxa de inadimplência antecedente (NPL 15-90) e
(ii) o declínio da carteira de crédito (-1,6% t/t) pelo terceiro trimestre consecutivo, o que não é um grande problema dado o atual contexto
macroeconômico.
Por fim, o ROE melhorou 49 bps, atingindo 12,3% no 2T16.
Atual versus Estimado.
O resultado financeiro (NII) ficou 2,0% acima das nossas expectativas, devido a NIM 14 bps maior, com um crescimento consistente apesar da contração da carteira de crédito.
As despesas de provisão, por sua vez, ficaram 1,9% abaixo das nossas estimativas devido ao aumento em 32% t/t na recuperação de empréstimos baixados para prejuízo.
As receitas de serviço, impulsionadas pelo forte crescimento de seguros (12,4% t/t), foram 5,5% maior que as nossas projeções. As despesas não financeiras aumentaram somente 0,4% t/t (-1,4% A/E) devido à queda de 2,3% t/t nas despesas de pessoal enquanto o índice de eficiência melhorou 154 bps. Assim, o lucro líquido ficou 6,3% acima dos nossos números.
Perspectivas.
Em nossa opinião, de acordo com o relatório “Lower risk premium, same view” publicado no início desta semana, o Santander Brasil estava num ciclo diferente dos seus pares em relação a qualidade de crédito, melhorando sua taxa de inadimplência.
Entretanto, a inadimplência antecedente cresceu 70 bps t/t e o aumento dos empréstimos classificados entre os níveis de risco D e H podem ser um sinal de deterioração dos ativos nos próximos trimestres.
O banco tem apresentado elevação da rentabilidade em 10 dos últimos 11 trimestres, mas em um menor nível em relação a seus pares privados e muito abaixo do seu custo de equity de 16,5% (Estimativas BB-BI). Portanto, mantemos nossa visão cautelosa em relação ao desempenho da SANB11 assim como nossa recomendação de Underperform.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do desempenho do BANCO SANTANDER no 2º trimestre de 2016, elaborado por Wesley Bernabé wesley.bernabe@bb.com.br Carlos Daltozo daltozo@bb.com.br Kamila Oliveira kamila@bb.com.br, todos do BB INVESTIMENTOS.